The Human Project
The Human Project é um modelo de promoção de prosperidade econômica e social em cidades subestimadas, baseado na formação de capital humano, numa perspectiva de longo prazo, com o objetivo de extrair a pobreza da cabeça das pessoas e revelar o potencial criativo e empreendedor dessas pessoas, para que eles se tornem os principais protagonistas da mudança.
O The Human Project se realiza com a construção de Tecnologias Sociais para enfrentar os principais fatores que contribuem para a armadilha da pobreza, com especial foco nas áreas de educação básica, saúde e educação empreendedora, numa abordagem sistêmica, evolutiva e orientada a negócios, visando assegurar sustentabilidade e autonomia financeira. Tudo isso com as pessoas da comunidade atuando como co-construtoras das soluções e depois como reaplicadores (escala) e como empreendedores, transformando estas soluções em negócios sociais, com raízes locais e apelo global.
O que são Tecnologias Sociais
Tecnologias Sociais são soluções inovadoras para problemas sociais, desenvolvidas em estreita parceria com a comunidade, com as pessoas que vivenciam tais problemas, associando o conhecimento científico e tecnológico com o conhecimento local, visando gerar uma solução que prove ser eficaz, escalável e sustentável.
Ao longo da primeira etapa de construção de uma Tecnologia Social, colocamos todas as energias num pequeno grupo de pessoas da comunidade que vivenciam o problema a ser enfrentado, com o qual trabalhamos em parceria com especialistas externos na construção de uma solução que realmente resolva o problema, dentro do contexto local. Com isso, ao final desta etapa temos uma solução eficaz e formamos capital humano local capaz de assegurar continuidade e assumir atividades de disseminação da solução em outras comunidades.
Nas atividades de escalabilidade adotamos a abordagem da reaplicação (diferente de replicação), na qual as pessoas das comunidades que desenvolveram a solução
atuam em parceria com as pessoas da nova comunidade na implantação da solução, incorporando elementos da dinâmica local e customizando a Tecnologia Social para assegurar eficácia no novo contexto. Este modelo de escala acaba por consolidar uma postura empreendedora dos reaplicadores, além do impacto direto na geração de trabalho e renda, uma vez que os reaplicadores são remunerados pelo trabalho realizado.
Por fim, depois de comprovar sua escalabilidade, o desafio é encontrar um modelo de sustentabilidade financeira e política para a Tecnologia Social, preferencialmente através de modelos de auto gestão, empregando ao máximo o protagonismo dos reaplicadores. Ou seja, toda Tecnologia Social precisa gerar ao menos 1 negócio social (com ou sem fins lucrativos), que assegure sua continuidade, independente dos recursos externos que financiaram seu desenvolvimento e validação e independente das trocas na gestão pública, que é um dos principais problemas de descontinuidade de políticas públicas em países como o Brasil.
Neste sentido, a potência de adaptabilidade de uma Tecnologia Social é um diferencial que possibilita que a solução se ajuste a qualquer nova política pública imposta.
Histórico
2007
Concepção do modelo The Human Project
2021
Santa Luzia do Itanhy anunciada como
Capital mundial das tecnologias sociais
2025
Primeira reaplicação do The Human Project
em outra comunidade
2023
Mudança do nome para The Human Project e modelo
pronto para ganhar escala
2010
Mudança da sede para Santa Luzia do Itanhy, com os primeiros projetos: Synapse; Cultura em foco; Hb
2003
Fundação com nome de Instituto de Pesquisa em
Tecnologia e Inovação (IPTI) em São Paulo (SP)
2050
200 comunidades The Human Project espalhados pelo
mundo, atuando em rede
2055
The Human Project ganha Prêmio Nobel
(em categoria ainda não criada)
Laboratório Global
O The Human Project tem sido construído e aperfeiçoado continuamente em Santa Luzia do Itanhy, pelo fato de ser um município cuja realidade social e econômica é semelhante à maioria das regiões subestimadas do Brasil e do mundo.
O município fica localizado no sul de Sergipe, a uma distância de 80 km da capital Aracaju e a 245 km de Salvador, capital do Estado da Bahia, que são os 2 grandes centros urbanos mais próximos. Na última avaliação do PNUD (2010), Santa Luzia do Itanhy ocupava a posição 5.268 no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM), dentre os 5.570 municípios brasileiros.
Santa Luzia do Itanhy conta com uma população de aproximadamente 14 mil habitantes, dos quais 9 mil (64%) vivem em comunidades rurais, distribuídas numa área de 325 km2. A população é primordialmente composta por negros e pardos e está distribuída em 14 povoados, geralmente conectados entre si e com a sede por estradas de terra, o que torna difícil a circulação das pessoas dentro do próprio município.
A economia local é essencialmente baseada na pesca artesanal e na agricultura familiar, sendo que 58% das famílias são beneficiárias do Bolsa Família, ou seja, são famílias nas quais a renda média mensal por pessoa é inferior a R$ 6,30. Apenas 836 pessoas (5,9% da população) têm empregos formais, dos quais 68% estão diretamente ligados ao setor público.
Alcance
O The Human Project foi concebido já pensando em ganhar escala, a partir do momento em que a experiência piloto em Santa Luzia do Itanhy chegasse num grau de maturidade e com capital humano suficiente para sermos capazes de reaplicar o modelo em outras comunidades, no Brasil e no mundo.
Atualmente já temos as condições necessárias para começarmos o processo de reaplicação do modelo, que prevê a criação na comunidade de uma organização social com perfil adequado ao The Human Project, a qual contará com a mentoria do THP mais próximo por um período de 5 anos (estimativa). Ao longo deste período esta nova organização aprenderá a reaplicar Tecnologias Sociais prioritárias, a desenvolver novas Tecnologias Sociais para demandas locais e a captar recursos e construir sua própria rede de relacionamento que assegure sustentabilidade financeira e autonomia em relação ao parceiro financiador inicial, porque seu principal compromisso é com a comunidade.
Numa visão de longo prazo, o The Human Project se tornará uma rede internacional de comunidades prósperas, cada qual com sua versão própria do modelo, mas todas atuando dentro de uma plataforma de cooperação e de intercâmbio, capaz de gerar uma energia transformadora e uma espiral crescente de promoção de desenvolvimento humano para mais comunidades, de maneira que um dia consigamos viver num mundo mais humano, harmônico, verdadeiro e belo.