A proposta do CRIA é construir uma Tecnologia Social que crie condições de desenvolvimento pleno e saudável da maternidade e primeira infância, focando em pequenas e remotas comunidades. O projeto teve início em 2023 e o desenvolvimento da experiência piloto e teste de reaplicação está previsto para ser executado num período de 5 anos, de 2023 a 2027.
Status atual
O CRIA está atualmente numa fase de consolidação dos primeiros componentes da metodologia, a qual tem sido construída com a participação de quatro adolescentes da comunidade da Pedra Furada, que funciona como piloto do projeto. Em 2023, a iniciativa focou na construção da metodologia de atuação dos Agentes Saúde na Adolescência (ASA) e do Desenvolvimento Infantil (ADI) e na sistematização das metodologias sobre amamentação, Shantala e uso de plantas medicinais para os casos mais simples.
No final de 2023 demos início à construção do primeiro módulo do Espaço CRIA, no caso a unidade para cuidar das crianças e atender os pais e responsáveis, em processos de capacitação e engajamento.
Os próximos passos incluem a inauguração deste primeiro módulo do Espaço CRIA e construção do módulo de apoio digital comunitário e de saúde, via telemedicina. Dentre deste escopo, também será prioridade em 2024 a capacitação dos jovens e adolescentes para operaram como apoio comunitário, reaplicar a experiência ASA, implantar programa de ADI, a fim de dar apoio a um modelo de programa de parentalidade e paternidade sustável em contextos mais vulneráveis, conceber e implantar planejamento, gestão e apoio psicológico para os jovens e adolescentes do espaço CRIA.
Histórico
O CRIA é o projeto mais complexo da história do The Human Project, mas também o mais importante.
O desenvolvimento do CRIA teve início em 2022, numa fase exploratória, focando num pequeno povoado, no caso a Pedra Furada, onde constam apenas 69 domicílios. Neste ano nosso objetivo era de conhecer o cenário de complexidade e multifatorialidade inerentes ao desafio da primeira infância, que envolve problemas relacionados a violência de gênero, gravidez não planejada, baixíssima renda das famílias, falta de atenção básica à saúde da mulher e da criança, parentalidade negativa, entre outros aspectos.
Estas atividades foram realizadas junto à comunidade, através de encontros por meio de rodas de conversa e dinâmicas abordando temas como ritmo e rotina da criança, pré-natal, parto, Shantala, segurança alimentar, yoga, exercícios de respiração e alongamento, marcos do desenvolvimento infantil, importância do brincar, amamentação, emoções e desafios nas relações familiares, parentalidade, depressão pós-parto, direitos da gestante e dos familiares, autoestima, bullying e saúde mental na infância. Ao término do ano, observou-se o amadurecimento dos participantes na compreensão dos temas abordados e na apropriação da Tecnologia Social. Em 2023, o CRIA consolidou a sua metodologia com os quatro adolescentes da comunidade, e por meio da sequência de encontros que abordaram temas essenciais relacionados à parentalidade positiva, englobando saúde e educação, com destaque para as formações do Agente de Saúde na Adolescência (ASA) e do Agente de Desenvolvimento Infantil (ADI), este último desenvolvido em parceria com a Tecnologia Social Synapse EI. Adicionalmente, a iniciativa elaborou materiais de suporte como o Manual da Shantala, o Material de Plantas Medicinais, o Jogo da Amamentação e Ferramentas Pedagógicas de Desenvolvimento Infantil. Paralelamente, iniciou-se a construção do Espaço CRIA, um local destinado a oferecer suporte para as atividades comunitárias desenvolvidas pela Tecnologia Social em conjunto com a população local.